NÉVOA
Caía uma névoa fininha
Daquelas que embaçam o tempo
Esfriam até nossos ossos
Da varanda, tomando uma xícara de café recém coado eu observava
Como a natureza tem a capacidade de atingir nossas emoções!
Quando fica assim sinto-me em outro mundo
Dizem que é o momento em que a tristeza e depressão têm seu auge
Tem-se a percepção de que a Terra parou…
Poucos passarinhos se arriscavam a sair de suas casas
A cigarra sossegou seu canto
Beija-flor aparecia e beijava mais rápido que o normal
Para logo se recolher e se aquecer
Parece que a ordem geral em suspense era: recolham-se!
Uns recolhiam-se para dentro de suas casas
Outros, para dentro de suas lembranças e emoções
Outros para os recônditos de suas almas inquietas
Muitos não achavam para onde se recolher
Perdidos…
Esses que costumam não achar o caminho de volta…
Gosto de tempo assim!
Saio admirando as flores molhadas
Os bichos recolhidos, as pessoas que passam apressadas
Ou aquelas que nem se importam com aquela névoa
Que insistia em atingir os ossos
Volto e vou acender o fogão à lenha
Aquecendo…
Alda M S Santos
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